sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Pensamento dialético

Substancialmente, o que há de novo neste mundo? O que produzimos e o que falamos, que já não foi dito ou pensado por alguém? Acredito ser de extrema prepotência dizer que estamos por revelar algo ainda não dado a essa sociedade. Existem sim, mistérios aos quais ainda não passíveis de compreensão, ficam a mercê de tipificações como porém, apenas no campo da metafísica e transcendência, podemos revelar o não dado e muito pouco sobre novas formas de vida, sem falar das ciências. O que de fato avançamos no decorrer dos dias atuais, que se apresentem como uma nova formulação contemplativa?

Para tantas perguntas, creio eu, não haver respostas, e os que tentam desafiar o modus operandi, do raciocínio dialético, em algum momento da vida, cairá em contradição. Abastado de muita compreensão e pouca apreensão, ou seja, impactados por tantas informações, a redução da capacidade de raciocínio é um tanto evidente, mas o que será que causa tamanha indiferença com o pensar? Em muitos questionamentos, me pego a subentender que a cultura de iletrados forma um novo ser na sociedade, em que buscar o completo discernimento da “Caverna de Platão”, exige tamanho esforço, que merece ter absolutamente algum.

Assistindo um seminário, em que nomes de suma importância em minha formação debateram deliberadamente acerca do “Pensamento Darwinista Contemporâneo”, pude perceber sob o véu do consumismo avançado, que determinadas abordagens possuem total ou nenhuma significância para a formação social e nem valem o mísero esforço do debate. Ao questionar-se sobre o propósito de se valer aqui, alma pensante no Todo, chegamos a lugar algum, pois inclinamos nossa vontade em ser algo, em ser alguém, mas descaracterizados e sem nenhuma identidade ao qual possamos projetar confiança, pois “nossas instituições também estão esvaziadas”, me obrigo, quase incondicionalmente a crer que a inércia ao qual me refiro no Início, é apenas um reflexo da absorção súbita e sem algum propósito, quase sem querer, das teorias darwinistas que permeiam nosso tempo. Como se disséssemos algo do tipo: - Para que se incomodar com o amanhã, se o amanhã de nada valerá, afinal, sou apenas mais um em meio a tantos que nem “Telos” (finalidade) possuo!

Eis um ótimo exercício para se buscar alguma resposta. O que de fato evidencio, é que também sou levado a me contradizer em alguns momentos e isso ocorre, pois ainda buscando uma sólida formação, sou bombardeado por informações, das quais me obrigo a raciocinar seriamente, com total relevância, pois vivo a estranha dicotomia do Romantismo e do Iluminismo.

(Continua)

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Início

Michaelis
admoestar
• (lat admoestare) vtd
Advertir amigável ou benevolamente; fazer ver.
Censurar ou repreender suavemente, aconselhando a não repetir a falta.
Recomendar.

Ao escrever aqui, não há o propósito de expressar como apenas mais uma voz dentre milhares de outras, que se esforçam diariamente na falida tentativa de mudar certas perspectivas. O propósito é claro e evidente, tentar de alguma forma agrupar todas as vozes que ecoam no simbolismo, sem clara evidência e sem tomar atitudes contra a política que tanto nos afeta. De certo modo, muitos serão os questionamentos, há também com certa desconfiança o medo de mudar tais proposições e acabar encaminhado a um estado pior ao qual nos encontramos.

Senhores (as), não temam aquilo que vá beneficiar o futuro de nossas crianças, o futuro de nossos velhos e o futuro de nossa própria emancipação. Dou quase como certo, de que nossa sociedade, apesar de elevar aos mais altos níveis a bestialidade, é também capaz de se preocupar com o social, com o ambiental e com tudo que gira ao redor de nossa alma. Vivemos em um local abençoado, cheio de virtudes em que a diferença é evidente, porém, a igualdade com a qual tratamos nossos vizinhos simpaticamente, apenas emerge como um social de bem feitores.

Historicamente podemos viajar para bem longe, identificar novos questionamentos que suscitam aos nossos olhos, porém, isto não é o meu propósito. Ao reconhecer o esvaziamento de nossas instituições, dentre tudo aquilo ao qual podemos confiar nossas vidas, é factível a compreensão de que apenas novas questões serão abordadas, sem jamais elucidar as dúvidas mais antigas. Onde estão as respostas? Por que estamos nesse estado de inércia, mesmo havendo tanta barbárie? Por que nossas lutas estão tão distanciadas?

Caros amigos, eis que a resposta ao qual buscamos, está em nosso dia-dia, diariamente incorrem, mas jamais entendemos como tal, pois elas nos aparecem como um reforço de nosso estado de inércia. Existe coisa mais legal, que jogar parte de nossas valiosas vidas no lixo? Sua resposta será de que jamais tratou sua vida com tanta indiferença a ponto de jogá-la fora, mas afirmo com toda a certeza de que você faz isso. O lazer, momento de desligamento de seus afazeres, apenas reforça o estado de inércia. Durante quanto tempo, você é capaz de raciocinar buscando respostas? Garanto que muito pouco, pois pensar em nossos problemas machuca e tentar encontrar respostas nos causa dor e sofrimento, por isso nossos corpos a repelem. Criamos um sistema tão bacana e perfeito, que nossa criação foi capaz de nos dominar, ou seja, criamos a mercadoria e não conseguimos viver sem consumir, sem a pulsão patológica do desejar. Criamos o capitalismo e através dela própria, nos endividamos, desviando nosso pensamento social, ao que chamamos de individualidade. Mas não pense de forma errática, que individualidade configure liberdade, pois a mentira é tão verdadeira, que através dela você se torna cada vez mais prisioneiro.

Lembro-me das aulas de física na escola e alguns jargões ainda me saltam a cabeça, coisas do tipo: “Para toda ação existe uma reação!” – Mas a conclusão a que cheguei momentaneamente, é a de que “Força e Proporção”, “irmãs divinas”, estão tão intrinsecamente interligadas, que o uso de uma sem a outra pode causar desventuras incomensuráveis. Acredito piamente que, ao exercer uma força, sob certa proporção, conseguiremos mover o social, ao encontro de caminhos em comum, em suma, sairemos do estado de inércia, apenas como uma gota no mar, gerando ondas e mais ondas, ruídos na comunicação atual, saindo do atual situacionismo, da completa inércia para a ação.